Ventilação mecânica: o que é e quais são os tipos?
Existem momentos em que o paciente não é capaz de manter a respiração espontaneamente e necessita de suporte ventilatório por meio de ventilação mecânica. Ela substitui total ou parcialmente o esforço respiratório do paciente por meio de pressão positiva em vias aéreas.
São os casos de insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada como:
- Hipoventilação e apneia (obstrução de vias aéreas, intoxicação ou abuso de drogas);
- Alterações de centro respiratório
- Insuficiência respiratória;
- Falência mecânica da musculatura respiratória (doenças neuromusculares);
- Prevenção de complicações respiratórias (pós-operatórios de cirurgias de grande porte);
- Redução do trabalho muscular respiratório e fadiga muscular.
Tem como principal objetivo garantir as trocas gasosas, permitindo correções de hipoxemia e ajuste do equilíbrio ácido-básico (acidose ou alcalose). Além disso, permite o descanso da musculatura respiratória quando necessário, podendo ser também usado para resolução de atelectasias e ferramenta durante a terapia respiratória.
Avaliação do paciente
Sendo assim, a avaliação criteriosa da clínica do paciente se faz necessária para definir qual o melhor modo ventilatório para alcançar os objetivos de tratamento do paciente. Isso devido ao fato de que uma ventilação mecânica mal realizada pode agravar o quadro clínico do paciente ou causar novos danos , levando inclusive ao óbito.
Um profissional da saúde bem capacitado é capaz de analisar os exames laboratoriais, de imagem e sinais clínicos para elaborar uma linha de tratamento eficiente. É importante que aconteçam diálogos entre a equipe multidisciplinar para que o paciente seja amplamente cuidado, otimizando seu prognóstico.
Tipos de ventilação mecânica
Dentro da ventilação mecânica, podemos classificar duas formas principais:
A ventilação invasiva, na qual se faz necessária a utilização cânulas oro ou nasotraqueais ou traqueostomia para garantir o suporte ventilatório. E a ventilação mecânica não invasiva, na qual auxilia-se o processo respiratório por meio de máscaras diversas.
Quando falamos de ventilação invasiva, entendemos que o ventilador pode fazer o trabalho respiratório de maneira parcial ou total. Esse respaldo vai de acordo com o modo ventilatório escolhido.
Ele pode ter um ciclo controlado, no qual o ventilador cuida de todas as etapas respiratórias para o paciente. Ou assistido, caracterizado por apoio parcial do ventilador mecânico, respeitando o disparo pelo paciente. Ainda há o ciclo espontâneo, no qual é iniciado, controlado e finalizado pelo paciente.
A via de conexão paciente-ventilador pode ser por tubo oro ou nasotraqueal, ou mesmo traqueostomia. Esta última é normalmente indicada para casos em que a intubação oro ou nasotraqueal passou de 10 dias ou houve falha no processo de retirada do tubo (extubação), como uma maneira de reduzir o trabalho respiratório do paciente ou mesmo prevenir lesões como traqueomalácea.
Leia também: Oxigenoterapia domiciliar: como indicar equipamentos de qualidade aos seus pacientes?
Ventilação mecânica não invasiva
Já quando abordamos a ventilação mecânica não invasiva, entendemos que a pressão positiva é administrada por meio de máscaras. Essas podem ser nasais, oronasais ou faciais, usadas em tratamento preventivo para desconfortos respiratórios.
Dentro dos sinais clínicos do paciente destacamos taquipneia, dispneia, dessaturação, hipoxemia e retenção de dióxido de carbono. Além de aumento do trabalho muscular e/ou diminuição do volume corrente.
A implantação da ventilação mecânica não invasiva minimiza o esforço respiratório do paciente, melhora as trocas gasosas e pode impedir a intubação em alguns casos. É amplamente indicada para casos de apneia do sono.
Tendo em vista tudo o que foi citado anteriormente, cabe ao profissional da saúde entender o quadro clínico do paciente e determinar qual o objetivo principal. A partir deste ponto, entender qual das terapias mais se enquadra em sua necessidade.