Oxigenoterapia: 6 formas de abordar esse assunto com o seu paciente
Normalmente, quando recebemos o contato de um paciente que precisa fazer uso de oxigenoterapia, observamos grande dificuldade de aceitação. Muitas vezes por desinformação e medo.
Cabe a nós, profissionais da saúde, sanar essas dúvidas, reduzindo o receio de realizar a terapia.
Pensando no dia a dia do profissional, vamos elucidar 6 formas de abordar a oxigenoterapia. Antes, precisamos entender quais são os tipos mais frequentes, da mais simples a mais complexa.
Tipos de oxigenoterapia
Terapia de baixo fluxo
A primeira forma de indicação da oxigenoterapia é a terapia de baixo fluxo. Nela, o fornecimento de oxigênio suplementar se dá até 8 l/min. Por ser menor que a demanda do paciente, há diluição do ar inspirado.
Pode ser feita através de cateteres nasais de oxigênio ou máscaras com ou sem reservatórios. Subentende-se, portanto, que o paciente deve apresentar um ritmo respiratório regular.
Terapia de alto fluxo
A segunda forma é por meio da terapia de alto fluxo, que é uma alternativa para a oxigenoterapia convencional. Tem como princípio fornecer alto fluxo de oxigênio nasal, aquecido e umidificado, com fração inspirada de oxigênio (FiO2) controlada.
Essa terapia consiste em gerar um fluxo máximo de 60 l/min através de uma cânula nasal. Por gerar fluxo de ar aquecido e umidificado favorece a remoção de secreções evitando lesões de epitélio. Além disso, melhora a FiO2, reduz o espaço morto anatômico devido a lavagem(exalação) de CO2 e proporciona maior conforto respiratório do que quando utilizado ar frio e seco.
Por gerar aumento do fluxo de ar em vias aéreas, melhora a ventilação alveolar e diminui, como consequência, a frequência e o trabalho respiratório.
Pode ser usada para prevenção do uso de intubação orotraqueal (IOT) em pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica reincidente. Tem papel importante na prevenção de insuficiência respiratória aguda (IRA) pós-extubação.
O profissional capacitado deve observar o quadro clínico e optar pela opção mais indicada para o seu paciente.
Após essa escolha, precisamos comunicar ao paciente. Mas como fazê-lo de maneira clara e objetiva?
Como abordar a indicação de oxigenoterapia
Seja claro
Quanto mais claro for em relação ao quadro clínico, mais confiança o paciente terá em você. É fundamental que ele ou o responsável esteja ciente do quadro para ter maior possibilidade de tomar decisões, caso necessário.
Explique os benefícios fisiológicos de cada técnica ou, no caso, da técnica escolhida
Quanto mais a pessoa entende que você está seguro e conhece a técnica, maior a sua aceitação, consequentemente, mais tranquila no procedimento ela estará.
Leia também: Concentrador de oxigênio portátil: Conheça o Mini Mercury
Esteja disponível para as dúvidas
Mostre que você está apto a ajudar caso tenha alguma dúvida e que está por perto, se necessário. Essa segurança ajuda na aceitabilidade e tolerabilidade. Esse normalmente é um momento de tensão, portanto tranquilize como for possível.
Explique o que pode sentir e o que deve avisar
Seja claro quanto ao que ele pode sentir ao usar a oxigenoterapia de escolha. Deixe claro o que é esperado e o que deve avisar caso perceba algo incomum.
No caso da oxigenoterapia de alto fluxo, é importante explicar que pode haver irritação na mucosa pelo fluxo de ar e que se deve manter a boca fechada para garantir a pressão e FiO2.
Seja claro e respeite o tempo combinado
Oriente sobre o tempo que a pessoa ficará em tratamento e respeite esse tempo. Lembre-se da confiança que o paciente criou em você. No caso de baixo fluxo, oriente que seja aplicado soro fisiológico para a lavagem de mucosa e hidratação da mesma.
Acompanhe os sinais clínicos
Observe os sinais clínicos para saber se houve melhora efetiva. Caso ocorra alguma falha, prontamente avise a equipe médica e explique para o paciente os próximos passos.
Esperamos que essas dicas tenham ajudado a oferecer a melhor abordagem para o paciente. Confira esses e outros assuntos em nosso blog!